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BRASIL : UM PAÍS QUE LÊ POUCO

A pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil – 2020 " referente a 2019, que acontece a cada quatro anos desde 2007, realizada pelo Instituto Pró-Livro com o objetivo de mapear o comportamento leitor dos brasileiros para orientar políticas públicas de incentivo à leitura, traz dados importantes e revela que estamos lendo menos.


Os resultados apontam que dos 8.076 entrevistados em 208 municípios, apenas 52% são leitores. Em 2015 os leitores eram 56%, o que representa uma perda significativa de 4,6 milhões de leitores.


Sobre os critérios, a pesquisa define como leitor, aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses e não leitor, aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos três meses.


Os principais motivos respondidos sobre o porquê de os leitores não terem lido mais, giram em torno da falta de tempo (47%) ou por preferirem outras atividades. Os não leitores também justificam a falta de leitura por ausência de tempo, por não gostarem, não terem paciência ou lerem devagar. O fato é, e a pesquisa demonstra, que a TV, internet, WhatsApp, redes sociais, são preferências para ocupar o tempo livre.


Das pessoas que responderam à pesquisa, 73% não estudam, pertencem predominantemente à

classe C (47%), seguida das classes D/E (28%) e A/B (25%) e possuem renda de até um salário

mínimo (36%).


A queda pelo apreço do livro também diminuiu nas classes A e B.


A boa notícia é que o hábito de leitura vem crescendo entre as crianças de 5 a 10 anos, com a maioria delas pegando um livro todos os dias para ler. Os educadores consideram esse avanço ainda frágil.


A partir dessa idade, quanto mais se eleva a faixa etária, menos leitura, despencando na população de idade adulta. Aos 70 anos chega a 2%.


Os dados apontam o protagonismo das mulheres. A população feminina lê mais que a masculina e a professora é a que aparece em primeiro lugar a influenciar a escolha dos livros, seguida da mãe do leitor, que apesar da pouca formação (16% são analfabetas e 30% só estudaram até o Fundamental I) se mostra envolvida na indicação para seus filhos.


Sobre não sermos um país leitor, os educadores participantes do Ciclo de Debates sobre a pesquisa, ressaltam a necessidade do refortalecimento das políticas públicas para garantir o acesso educacional, sendo a capacidade leitora essencial para adquirirmos equidade e maiores possibilidades emancipatórias.


A palestrante, professora Idmea Semeghini-Siqueira, docente da USP, aponta que a raiz do problema está na primeira infância, onde nasce o futuro leitor - época da plasticidade cerebral para desenvolver o prazer e a competência leitora. Hoje faltam oportunidades e recursos na Educação Infantil, 60% das escolas públicas do Ensino Básico não têm biblioteca ou sala de leitura com acervo organizado.


Acrescenta ainda que a aprendizagem é lúdica. Para formar leitores é preciso dar oportunidade para o letramento pleno, sugerindo salas com múltiplas linguagens, materiais diversos, coloridos e

livros infantis para encantar as crianças.

Só assim elas vão gostar de ler!


Claudia Lima


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A Coleção Somos Todos Viajantes, selecionada para a Feira Internacional de Literatura Infantil de Bolonha é um projeto de incentivo à prática da leitura que por meio das delicadezas e contos poéticos possibilitam as crianças desenvolverem o apreço pelo hábito de ler.




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